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A imagem mostra um médico idoso, em ambiente hospitalar, usando jaleco e estetoscópio em volta do pescoço, segurando o queixo com uma das mãos, com expressão pensativa. Ilustra o texto sobre Defesa no Conselho Regional de Medicina.

Defesa no Conselho Regional de Medicina: como funciona?

O Conselho Regional de Medicina é a entidade responsável por regulamentar e fiscalizar o exercício da medicina em cada Estado do Brasil. Dentre suas principais funções, estão a garantia de que a prática médica seja ética e técnica e que sejam aplicadas as normas do Código de Ética Médica. Portanto, dentre as funções do CRM, está a condução do processo ético profissional em que se busca apurar potenciais violações de conduta ética realizadas por um médico. Mas, como funciona a defesa no Conselho Regional de Medicina?

Nesse texto vamos explicar o passo a passo da defesa no CRM, desde quem pode denunciar, como funciona o processo, erros mais comuns e como se proteger com segurança e tranquilidade.

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Qual é a função do Conselho Regional de Medicina?

Os conselhos Regionais de Medicina (CRMs) são instituições caracterizadas por serem os braços estaduais do Conselho Federal de Medicina. Ou seja, diferentemente da instituição federal, os CRMs estão mais próximos da realidade e dos desafios da medicina em cada Estado.

São duas as principais funções dos Conselhos Regionais: Fiscalizar o exercício ético da medicina dentro de um território estadual e, ao mesmo tempo, defender a dignidade da categoria médica.

Na prática, os CRMs cuidam dos registros profissionais dos médicos, fiscalizam irregularidades e desvios éticos no exercício da medicina e, havendo violação ética, julga, internamente, o médico. Dependendo da gravidade do ato, o CRM pode aplicar, desde advertência até a cassação da licença para exercer a profissão.

O texto continua após o vídeo.

O que pode ser denunciado no CRM?

O CRM é uma instituição, com a competência de julgar processos éticos-profissionais. Por isso, nem todo ato praticado pelo médico ou nem toda insatisfação do paciente configura falta ética ou está em desacordo com o Código de Ética Médica.

Ainda assim, há atos de relevância para os órgãos julgadores internos do CRM, dentre os quais se destacam os:

  • Atos de negligência, imprudência ou imperícia;
  • Violação de sigilo profissional;
  • Publicidade médica sensacionalista;
  • Assédio moral ou sexual;
  • Abandono de paciente;
  • Desrespeito à autonomia do paciente;
  • Prescrição e tratamento fora da literatura médica validada;
  • Fraudes com atestados e receitas médicas;
  • Dentre outros.

Importante entender que, quando falamos em julgamento de médico no CRM, o foco sempre será a conduta ética. O CRM não julga indenizações nem condena a prisão. Essas questões ficam a cargo das esferas Cível e Criminal a ser conduzida pelo Judiciário.

Quem pode denunciar um médico no Conselho Regional de Medicina?

Em resumo, a denúncia no CRM pode ser feita por qualquer pessoa. Isso porque a função do Conselho é apurar a violação ética, logo, é irrelevante de onde a informação vem, mas sim a existência do ato antiético. E isso é literal: Paciente, familiar, colega médico, enfermeiro, recepcionista de clínica, alguém que viu postagem em rede social e achou inadequado, enfim, qualquer pessoal.

A boa notícia é que nem toda denúncia vira processo. O CRM analisa previamente a denúncia, verificando se há elementos mínimos que justifiquem a abertura de sindicância. Se não houver, pode arquivar a denúncia.

O texto continua após o vídeo.

Quais são as principais causas de denúncia ao CRM?

Em geral, são violações éticas, mas muitos dos dispositivos legais do Código de Ética Médica são amplos e abertos a interpretação. De maneira geral, um médico costuma ser denunciado por erro médico, especialmente em cirurgias e partos.

O texto continua após infográfico.

A imagem mostra um infográfico sobre a responsabilidade civil do médico. Título: Responsabilidade civil do médico: entenda como funciona e como se proteger! Descubra o que é, quando se aplica e quais cuidados podem evitar ações judiciais na sua carreira. Seção 1: O QUE É A RESPONSABILIDADE CIVIL DO MÉDICO? É a obrigação de reparar um dano causado no exercício da profissão, se houver conduta considerada inadequada; Não depende, necessariamente, de má-fé ou intenção de causar prejuízo; Pode gerar dever de indenizar danos morais, estéticos ou materiais; Para existir, exige conduta culposa, dano comprovado e nexo causal entre a conduta e o dano; É de natureza subjetiva, o médico tem pleno direito à defesa. Seção 2: CUIDADO COM AS FALSAS CRENÇAS! Se não houve intenção, não existe responsabilidade civil.” Mesmo sem má-fé, condutas imprudentes, negligentes ou imperitas podem gerar responsabilidade. “O paciente precisa provar tudo sozinho.” O prontuário, exames e registros médicos são provas fundamentais e podem ajudar ou prejudicar o médico. “Só erros graves geram responsabilidade civil.” Pequenas falhas com consequências relevantes para o paciente também podem motivar processos. “É só prometer resultado para o paciente que ele vai confiar mais.” Promessas de resultado podem ser usadas contra o médico em caso de complicações. “Se o paciente assinou um termo, estou 100% protegido.” O consentimento informado é essencial, mas não substitui a boa prática médica e o cuidado técnico. Seção 3: COMO EVITAR A RESPONSABILIDADE CIVIL? Registre tudo no prontuário, de forma técnica, clara e cronológica; Sempre colha consentimento esclarecido por escrito, explicando, riscos e limites do procedimento; Mantenha comunicação empática e respeitosa com paciente e familiares; Siga protocolos e recomendações médicas reconhecidas; Nunca prometa resultados, explique riscos e incertezas; Busque apoio jurídico preventivo para orientações específicas. Seção 4: E SE VOCÊ FOR ACIONADO JUDICIALMENTE? Procure imediatamente um advogado especializado em Direito Médico; Apresente toda a documentação, incluindo prontuário, exames, consentimentos e registros; Um prontuário bem elaborado é a principal linha de defesa; Prevenção é mais eficiente e econômica do que reagir a um processo; Ter assessoria jurídica constante aumenta a segurança e tranquilidade no exercício da medicina. Lembre-se que procurar uma assistência jurídica especializada não é luxo e, sim, uma proteção estratégica. Não deixe para depois!

Além disso, a falta de explicação clara sobre o tratamento ou sensação de abandono, ou desrespeito durante o atendimento estão entre os casos que geram maior quantidade de denúncias. Ou seja, especialmente porque o paciente e o familiar tendem a estar sensibilizados, então a clareza na comunicação é essencial para evitar mal entendidos.

É possível ver, ainda, denúncias por problemas com atestado médico e também publicação em redes sociais com exposição inadequada de pacientes.

Estes são exemplos das principais causas de denúncia ao CRM, mas é essencial ter conhecimento do Código de Ética para que você, médico, possa evitar condutas que violem as disposições éticas da profissão.

Isso porque nem sempre há má-fé ou intenção de violar a ética médica, muitas vezes um simples desentendimento ou desconhecimento pode motivar uma denúncia, por isso, cada detalhe importa.

O que o médico deve fazer após a denúncia ao CRM?

A primeira coisa é entender que nem toda denúncia irá virar um processo, então é necessário manter a calma. Caso a denúncia escale e a sindicância inicie, é importante conhecer os passos seguintes.

O processo dentro do CRM tem etapas claras. Primeiro o médico será notificado de que há uma sindicância instaurada. Essa sindicância é uma espécie de investigação preliminar, não significa que o médico já está sendo julgado, mas somente que está sendo apurada a denúncia de maneira mais profunda. Ainda assim, a resposta/defesa na sindicância pode definir todo o rumo do caso.

A forma que o médico se posiciona nessa fase faz toda diferença para o desfecho do caso. Uma boa defesa pode evitar que a sindicância vire processo e se virar, ajuda a reduzir o risco de punições mais graves, por isso contar com apoio jurídico desde o início não é luxo, mas sim estratégia.

O texto continua após as imagens.

Como funciona a defesa no Conselho Regional de Medicina?

A defesa já começa na sindicância, sendo a investigação preliminar realizada pelo CRM. Isso porque as provas produzidas nesse momento embasarão eventual processo ético-profissional.

Então é nesse momento, na sindicância, que tudo começa. O médico será chamado para esclarecimentos, apresentar documentos, áudios e indicar testemunhas para depor. Portanto, o médico possui direito à defesa no Conselho Regional de Medicina.

O texto continua após o infográfico.

A imagem traz um infográfico sobre o Conselho Regional de Medicina. Título: Defesa no Conselho Regional de Medicina: como funciona? Saiba o que esperar de uma sindicância e como se proteger desde o primeiro momento. Seção 1: O QUE É O CRM E O QUE ELE FAZ? O Conselho Regional de Medicina (CRM) é o braço estadual do Conselho Federal de Medicina; Fiscaliza o exercício ético da medicina e defende a dignidade da categoria; Registra médicos, apura denúncias e julga condutas éticas; Pode aplicar desde advertência até cassação do registro profissional; Não julga indenizações nem aplica penas criminais, isso cabe à Justiça. Seção 2: QUANDO O CRM PODE INVESTIGAR UM MÉDICO? Negligência, imprudência ou imperícia; Violação de sigilo profissional; Publicidade sensacionalista; Assédio moral ou sexual; Abandono de paciente; Prescrição ou tratamento fora da literatura validada; Fraude em atestados ou receitas. Seção 3: COMO FUNCIONA O PROCESSO NO CRM? Denúncia recebida: nem toda denúncia vira processo; Sindicância instaurada: investigação preliminar para apurar a conduta; Resposta do médico: pode encerrar o caso ou levar a processo ético-profissional; Processo ético: análise aprofundada e julgamento pelo CRM; Decisão: arquivamento, advertência, suspensão ou cassação do registro. Seção 4: ALERTAS E ORIENTAÇÕES IMPORTANTES Não subestime a sindicância: ela pode definir todo o rumo do caso; Respeite prazos: ignorar notificações é caminho certo para condenação; Prepare provas desde o início: prontuários, laudos, conversas e documentos de apoio; Trate o CRM como instituição, não como inimigo: postura arrogante prejudica a defesa; Una técnica médica e estratégia jurídica: resposta genérica enfraquece sua posição; Trabalhe com tempo e calma: respostas feitas às pressas tendem a ser incompletas. Seção 5: MELHORES PRÁTICAS PARA UMA DEFESA EFICAZ Busque apoio jurídico especializado desde a primeira notificação; Mantenha prontuários e documentos em ordem; Responda de forma clara, fundamentada e embasada tecnicamente; Seja cordial e objetivo em depoimentos e comunicações; Encare a defesa no CRM como parte da proteção da sua carreira. A cada momento que você passa sem aconselhamento jurídico especializado é um risco! Não deixe sua carreira sofrer as consequências.

Na sindicância é que deverá demonstrar que sua conduta foi ética, que agiu conforme os limites das boas práticas e que, mesmo que o resultado de algum procedimento médico não tenha sido o esperado, não houve violação do dever.

Na sindicância o médico já deve, preferencialmente, estar acompanhado de advogados especializados em Direito Médico, pois um documento esquecido ou uma fala mal encaixada no depoimento pode ter como consequência uma condenação.

Se após a sindicância, o CRM entender que há indícios de infração ética, será aberto o processo ético-disciplinar (PEP). Nessa etapa, o médico será formalmente acusado e poderá apresentar sua defesa prévia, produzir novas provas e ser mais uma vez ouvido.

O fato de poder ser ouvido ou produzir provas novamente não invalida, necessariamente, o que foi produzido na sindicância.

O texto continua após o vídeo.

Quais são os erros comuns em defesa no CRM?

Os mais comuns erros normalmente envolvem em negligenciar ou minimizar os riscos de um processo ético-profissional no Conselho Regional de Medicina. Achar que “não vai dar em nada” e ignorar prazos ou notificações é uma receita básica para uma futura condenação.

Além disso, entregar resposta genérica, sem embasamento técnico ou jurídico, ou ainda, não reunir todos os documentos desde o início (provas, prontuário, conversas, etc.), pode gerar consequências desastrosas ao médico.

Além disso, muitas das vezes o médico trata o CRM como “inimigo”, respondendo em seus depoimentos com arrogância ou descaso, o que pode gerar uma antipatia que tende a culminar com uma condenação.

A melhor defesa é sempre aquela que une o conhecimento técnico da medicina com uma estratégia jurídica sólida e, acima de tudo, feita com tempo, cautela e calma. Responder a uma sindicância às pressas quase sempre enfraquece a posição do médico em um futuro processo.

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Conclusão

Responder a uma denúncia no CRM não é o fim do mundo, mas não pode ser tratado como algo simples ou com descaso, pois as consequências podem ser significativas. É um processo sério, que mexe com a reputação do médico e pode gerar reflexos em sua carreira. Portanto, a importância da defesa no Conselho Regional de Medicina.

Mais do que se defender, o médico precisa se posicionar e agir de maneira consciente, técnica, ética e responsável. Por isso, estar bem assessorado desde o início é mais do que recomendável: É necessário! Assim como em uma boa consulta, quanto mais cedo a abordagem certa for adotada, maiores as chances de evitar consequências desnecessárias.

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Marcela Cunha

Advogada, OAB/SC 47.372 e OAB/RS 110.535A, sócia da Koetz Advocacia. Bacharela em Direito pela Faculdade Cenecista de Osório – FACOS. Pós-Graduanda em Direito Previdenciário pela Escola Superior da Magistratura Federal do Rio Grande do Sul (ESM...

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